A segunda guerra mundial deixou feridas profundas na vida de muitas pessoas, entre elas na de Juracy dos santos Miranda, minha bisavó.
Nascida em 15 de janeiro em 1937 na antiga Lageado, filha de José Antônio dos Santos e Maria Diomar Telles.Perdera a mãe aos sete anos de idade e como o pai só tinha filhas desde muito cedo teve que aprender a lidar com os serviços da roça, carpir, cortar bananas e canas, cangar bois para puxar as canas e outras coisas do gênero. Ao terminar descangavam os bois colocavam no pasto e depois se dirigiam para a oficina fazer rapaduras de cana ou para plantação de feijão. Colhiam, secavam, batiam e colocavam nos sacos para vender.
Naquela época a educação era muito rígida e seu pai não as deixavam sair sozinhas, nem mesmo para ir na casa de suas amigas. Quando saiam era com ele para as festas de São Sebastião onde ocorria uma cavalgada começando da fazenda do Peixe até o Prata onde se divertiam e dançavam a noite inteira.
Foi em uma dessas festa que conheceu seu finado marido José Piu Miranda através do amigo Nazaré; namorou durante cinco anos e se casou. Com nove meses de casada teve a primeira filha e a chamou Iracy, que anos mais tarde viria a ser minha avó, ela casou aos 16 anos aos 17 teve sua primeira filha que recebeu o nome de Marley e é minha mãe. O casamento dela já não estava dando certo, então meu avô Sebastião a devolveu para seus pais, sendo assim Juracy criou Marley filha de Iracy até ela completar seus 16 anos.
Assim como cuidou de Marley cuida de mais três netos e hoje ainda cria um neto e um bisneto.Todo o amor que ela deu aos seus netos e bisnetos hoje lhe é retribuído em dobro e diz que não sente falta dos tempos que morava com seu pai, se deu muito bem na vida e é muito feliz .
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